Procissão de Encerramento da Festa
Praça - Algumas horas antes da explosão
Praça: Momentos antes da explosão
Local da explosão
Detalhe do local da explosão
A cidade de Boa Saúde, no período de 24 de janeiro a 02 de fevereiro de 2010 celebrou a Festa da sua Padroeira, Nossa Senhora da Saúde. A procissão e a missa de encerramento contaram com a presença da Governadora Vilma de Faria e da Prefeita Maria Edice e, apesar do dia 02 de fevereiro ter caído numa terça feira, cerca de mais de 8 mil pessoas lotaram a praça principal e adjacências. Mas o clima festivo foi substituído por muita tristeza ao final da queima dos fogos de artifícios patrocinados pela Prefeitura Municipal. Um dos fogos caiu e explodiu na Praça que se encontrava lotada pelos participantes do encerramento da festa. As primeiras informações eram que mais de 80 pessoas ficaram feridas, muitas das quais em estado grave, cuja remoção para o Hospital Monsenhor Walfredo foi providenciada de imediato graças as providencias tomadas pela Governadora que se encontrava na cidade e determinou que equipes do SAMU e do Corpo de Bombeiros fossem deslocadas para o local para atendimento às vítimas. Os municípios vizinhos atendendo solicitação da Prefeita de Boa Saúde também enviaram ambulâncias para auxiliar no socorro aos feridos. Além do Hospital Monsenhor Walfredo, as vítimas da explosão foram atendidas no hospital local e no Hospital de Santo Antônio. Várias pessoas disseram ter sentido o chão tremer; houve pânico e correria por ocasião da explosão. No dia 03 de fevereiro várias equipes de televisão, rádio e jornal estiveram em Boa Saúde para cobertura jornalística do acidente que foi notícia nos principais jornais e noticiários de TV e rádio da capital e da região Agreste. Até o momento em que elaboramos essa notícia, a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Saúde não tinha divulgado as estatísticas sobre as vítimas do acidente.
Texto e fotos de José Alaí de Souza
A SEGUIR COBERTURA DOS PRINCIPAIS JORNAIS DE NATAL SOBRE O ACIDENTE:
TRIBUNA DO NORTE – Edição de 04//2/2010
Principal manchete da primeira página: "Prefeitura não pediu vistoria dos Bombeiros para os fogos", com a seguinte chamada para a matéria publicada no caderno NATAL, página 3:
“O Corpo de Bombeiros não foi chamado para fazer vistoria e dar a autorização necessária para o show com fogos de artifício que resultou na explosão, terça feira à noite durante a festa da padroeira de Boa Saúde (a 69 km de Natal, no agreste potiguar), deixando 46 pessoas feridas , duas em estado grava. Essa é uma das primeiras constatações nas investigações abertas pela polícia sobre o acidente. A Queima de fogos, por uma empresa contratada pela prefeitura, estava sendo feita a partir da quadra de uma escola a menos de 30 da multidão. Um dos rojões explodiu sobre um quiosque. Várias pessoas foram feridas pelos estilhaços de mesas, telhas, ladrilhos e outro objetos despedaçados pela explosão. Das 15 vítimas atendidas no Hospital Walfredo Gurgel. Oito ainda estão internadas”.
Matéria na integra, publicada na Pagina 3 do caderno NATAL:
“Faltou vistoria em fogos de artifício
A polícia começou a investigar o acidente que ocorreu na cidade de Boa Saúde, na noite de terça-feira (2), onde 46 pessoas, entre feridos graves e leves foram atingidos por estilhações de um dos fogos de artifício que falhou no ar e explodiu no público que participava da festa em homenagem à padroeira do município. O inquérito policial foi aberto, na manhã de ontem, pelo delegado Sérgio Freitas, que atua interinamente, na Delegacia Regional de São Paulo do Potengi, porém o delegado titular da unidade policial, Petrus Antônnius que estava de férias foi convocado em caráter de urgência para ajudar nas investigações.
ElisaElsie A explosão feriu 46 pessoas que estavam prestigiando a festa da padroeira Nossa Senhora da Boa Saúde, na noite de terça-feira
Durante a coletiva realizada na tarde de ontem, na Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol), o delegado responsável pelo policiamento do interior, Osmir Monte enfatizou que o acidente ocorreu porque não houve por parte da Prefeitura vistoria nos fogos de artifício. Segundo o delegado, o Corpo de Bombeiros não foi acionado para fazer a fiscalização. Monte enfatizou que a Degepol vai tomar todas as providências cabíveis para se chegar aos culpados, mas que somente com a conclusão do laudo pericial do Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia) e do laudo que será emitido pelo Corpo de Bombeiros, a polícia poderá traçar um parâmetro do que provocou o acidente. Os laudos devem ficar prontos até a próxima sexta-feira. “A oitiva das vítimas também irá nos ajudar a chegar aos culpados” Osmir Monte revelou que alguns dias antes de ser iniciado o evento, ele foi procurado pela organização da festa para encaminhar um maior policiamento para a cidade. “De pronto, mandei cinco policiais civis para a região e solicitei a PM que também enviasse um efetivo maior, o que foi feito”A lei estadual de número 11.996 de 1 de julho de 2009, no capítulo II, determina no artigo 3º que: O pedido para autorização de realização de espetáculo pirotécnico será apresentado ao Corpo de Bombeiros até o quinto dia útil antecedente ao evento, e instruído com a documentação necessária, discriminados nos incisos I e II e alíneas a, b, c e d. Relação discriminada dos fogos de artifício com indicação da marca; projeto de segurança contra incêndio, delimitação da área de segurança, posicionamento dos fogos, de acordo com a classe e calibre do tubo de lançamento, quantidade estimada de público; indicação do espaço reservado ao público, considerando a distância de segurança.
Principal manchete da primeira página: "Prefeitura não pediu vistoria dos Bombeiros para os fogos", com a seguinte chamada para a matéria publicada no caderno NATAL, página 3:
“O Corpo de Bombeiros não foi chamado para fazer vistoria e dar a autorização necessária para o show com fogos de artifício que resultou na explosão, terça feira à noite durante a festa da padroeira de Boa Saúde (a 69 km de Natal, no agreste potiguar), deixando 46 pessoas feridas , duas em estado grava. Essa é uma das primeiras constatações nas investigações abertas pela polícia sobre o acidente. A Queima de fogos, por uma empresa contratada pela prefeitura, estava sendo feita a partir da quadra de uma escola a menos de 30 da multidão. Um dos rojões explodiu sobre um quiosque. Várias pessoas foram feridas pelos estilhaços de mesas, telhas, ladrilhos e outro objetos despedaçados pela explosão. Das 15 vítimas atendidas no Hospital Walfredo Gurgel. Oito ainda estão internadas”.
Matéria na integra, publicada na Pagina 3 do caderno NATAL:
“Faltou vistoria em fogos de artifício
A polícia começou a investigar o acidente que ocorreu na cidade de Boa Saúde, na noite de terça-feira (2), onde 46 pessoas, entre feridos graves e leves foram atingidos por estilhações de um dos fogos de artifício que falhou no ar e explodiu no público que participava da festa em homenagem à padroeira do município. O inquérito policial foi aberto, na manhã de ontem, pelo delegado Sérgio Freitas, que atua interinamente, na Delegacia Regional de São Paulo do Potengi, porém o delegado titular da unidade policial, Petrus Antônnius que estava de férias foi convocado em caráter de urgência para ajudar nas investigações.
ElisaElsie A explosão feriu 46 pessoas que estavam prestigiando a festa da padroeira Nossa Senhora da Boa Saúde, na noite de terça-feira
Durante a coletiva realizada na tarde de ontem, na Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol), o delegado responsável pelo policiamento do interior, Osmir Monte enfatizou que o acidente ocorreu porque não houve por parte da Prefeitura vistoria nos fogos de artifício. Segundo o delegado, o Corpo de Bombeiros não foi acionado para fazer a fiscalização. Monte enfatizou que a Degepol vai tomar todas as providências cabíveis para se chegar aos culpados, mas que somente com a conclusão do laudo pericial do Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia) e do laudo que será emitido pelo Corpo de Bombeiros, a polícia poderá traçar um parâmetro do que provocou o acidente. Os laudos devem ficar prontos até a próxima sexta-feira. “A oitiva das vítimas também irá nos ajudar a chegar aos culpados” Osmir Monte revelou que alguns dias antes de ser iniciado o evento, ele foi procurado pela organização da festa para encaminhar um maior policiamento para a cidade. “De pronto, mandei cinco policiais civis para a região e solicitei a PM que também enviasse um efetivo maior, o que foi feito”A lei estadual de número 11.996 de 1 de julho de 2009, no capítulo II, determina no artigo 3º que: O pedido para autorização de realização de espetáculo pirotécnico será apresentado ao Corpo de Bombeiros até o quinto dia útil antecedente ao evento, e instruído com a documentação necessária, discriminados nos incisos I e II e alíneas a, b, c e d. Relação discriminada dos fogos de artifício com indicação da marca; projeto de segurança contra incêndio, delimitação da área de segurança, posicionamento dos fogos, de acordo com a classe e calibre do tubo de lançamento, quantidade estimada de público; indicação do espaço reservado ao público, considerando a distância de segurança.
Festa transforma-se em dor e pânico
Terceiro e último dia de festa da padroeira Nossa Senhora da Boa Saúde e a comunidade da cidade de mesmo nome, a 69 km de Natal, se preparava para, após o discurso da governadora Wilma de Faria, assistir aos shows programados. Na noite de terça-feira, porém, nem tudo correu como o esperado. Logo depois que a governadora falou para a multidão de quase 4 mil pessoas - segundo a Polícia Militar - começou o show pirotécnico que resultou em 46 feridos. Isso porque um dos fogos saiu do curso normal, caiu em cima de um quiosque e, logo em seguida, explodiu.O clima festivo se transformou em desespero e a banda de forró que começaria a tocar no palco montado em frente à igreja de Nossa Senhora de Boa Saúde deu lugar ao som das sirenes das ambulâncias. “Chamamos ambulâncias de várias cidades próximas, Serra Caiada, Elói de Souza, Lagoa Salgada, tudo para ajudar no transporte dos feridos”, afirmou o secretário municipal de Saúde da cidade, Eduardo Francisco Pontes.Para atender todos os feridos, a cidade teve que fazer uma verdadeira mobilização. “Todas receberam os primeiros socorros em Boa Saúde. Foi algo realmente importante, acredito. Pedi para chamar todos os enfermeiros da cidade e recebi o apoio também daqueles que já haviam feito estágio voluntário no hospital”, afirmou o secretário.Segundo a Secretaria, foram 14 pessoas atendidas no hospital municipal Dr. Januário Cicco. “Apenas ferimentos leves e pequenas queimaduras. Pela manhã, todas já haviam sido liberadas”, afirmou o médico de plantão do local, Shekson Ribeiro. Os casos mais graves - 15 - foram levados pelas ambulâncias das cidades vizinhas para o Hospital Estadual Walfredo Gurgel, em Natal.Se no hospital Januário Cicco todos já haviam sido liberados pela manhã, na praça da cidade localizada em frente à igreja, ainda havia muita aglomeração e pessoas relembrando o grave acidente ocorrido na noite anterior. “A gente estava mais na frente um pouco e só ouviu o estrondo da explosão. Corremos para lá e havia muita gente ferida. Depois, fiquei sabendo que 13 parentes meus, entre irmãs, sobrinhos e primos, se feriram no acidente”, afirmou o agricultor José Alves Pereira. Dos familiares dele que se feriram, o estado mais grave é de Maria de Lourdes Alves, de 53 anos, que foi encaminhada para o Walfredo Gurgel com um corte na cabeça.Apesar de não serem peritos - o Corpo de Bombeiros Militar e o Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep) já estiveram no local no início da manhã fazendo a perícia - os moradores de Boa Saúde afirmaram que o acidente teve sua gravidade aumentada devido à proximidade entre fogos e multidão. “Os fogos estavam na quadra de uma escola que não fica a 30 metros de onde já havia muita gente e os quiosques”, afirmou o sargento da PM, Arimateia, da Delegacia da cidade.Os fogos eram de responsabilidade de uma empresa contratada pela Prefeitura Municipal através de licitação e estavam sendo acesos na escola Maria do Rosário. “O relatório do Itep e dos Bombeiros deve ser enviado diretamente para o delegado regional Sérgio Freitas, enquanto o titular daqui está de férias”, afirmou Arimateia.
Oito pacientes estão no Walfredo
Oito dos 15 pacientes que deram entrada na noite de ontem, no hospital Walfredo Gurgel, vítimas da explosão em Boa Saúde, ainda permanecem internados sem previsão de alta-hospitalar. Entre os casos mais graves estão uma criança e uma estudante que teve quase a totalidade do corpo queimado. O acidente, segundo relatos das vítimas e familiares foi causado por uma girândola que explodiu ao cair em cima do telhado de um quiosque, próximo ao palco onde a governadora Wilma de Farias e demais autoridades locais estavam para participar da festa da padroeira da cidade.O menino Igor Rodrigues, de 10 anos, é o único internado no centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do HWG. Igor teve queimaduras de 2º grau nos braços, costas e pernas. O estado é considerado gravíssimo e requer cuidados constantes, em virtude da extensão dos ferimentos e da idade do paciente, cuja recuperação deve ser lenta.O caso da estudante Patrícia Rocha da Costa, 25, é também bastante preocupante. Sentada próximo ao local da explosão, ela teve queimaduras em cerca de 95% do corpo, apenas parte da face não foi atingida. A moradora de Boa Saúde é mantida sob observação, no Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO) e respira com a ajuda de aparelho, após ser submetida a cirurgia para a retirada de estilhaço e recuperação das áreas. A previsão é que ela seja transferida ainda hoje para o Centro de Queimados e seja monitorada para evitar infecções.Ainda no CRO, outras duas vítimas permanecem em observação. O agricultor Ailson Gomes da Silva, 41, que sofreu fratura na perna direita, queimaduras e escoriações pelo corpo, e a dona de casa Maria das Dores Alves da Silva, 48, moradora de Serrinha dos Pintos. A senhora teve queimaduras e cortes no tórax, costas e abdômen, e respira por meio de suporte de oxigênio. A gravidade dos ferimentos, segundo informações da enfermaria, exige cuidados especiais.Durante o acidente, outros três familiares de Maria da Dores foram atingidos. O marido Francisco Antônio da Silva, 52, foi levado para o HWG após passar pelos hospitais regionais de Boa Saúde e Santo Antônio do Salto da Onça. O agricultor que teve a perna direita mutilada pelos estilhaços de telhado e mesas, foi liberado na manhã de ontem e aguardava ambulância do hospital daquela cidade, para retornar para casa. “Foi tudo muito rápido, quando a gente viu a girandola já tinha batido no beiral da barraca e espatifado tudo. O pó cobriu e eu tentei correr e acabei caindo, quando me socorreram. A mulher (Maria das Dores) e minha filha e neto ficaram caídos também”, lembra. O neto Bruno, de 1 ano e meio, também foi liberado após levar cinco pontos no joelho. O pai da criança, Maciel Pereira da Silva, conta que não estava em casa, durante o ocorrido e estranhou a demora no retorno da esposa Rosiane Felipe, 25, com o filho para casa. “Soube por um vizinho que avisou que trouxeram ela, o bebe, meu sogro e sogra pra cá. Com a explosão meu filho foi lançado para debaixo de uma cadeira e foi encontrado por uma estranha”.Rosiane é uma das internas no setor de Politrauma. Ela deu entrada com corte profundo na cabeça, nas costas e no abdômen e permanece em observação. Na urgência de traumas, encontram-se ainda Maria de Lourdes Alves Pontes, a aposentada Terezinha Alves da Silva Gomes, 70, e Manoel da Silva Neto, 27. Consciente , ele aguardava o médico”.
DIÁRIO DE NATAL - Edição de 04/02/2010
“Queima de fogos estava irregular
Bombeiros constataram problemas em festa na qual ocorreu explosão na cidade de Boa Saúde
“Queima de fogos estava irregular
Bombeiros constataram problemas em festa na qual ocorreu explosão na cidade de Boa Saúde
Uma inspeção do Corpo de Bombeiros feita na manhã de ontem verificou várias irregularidades na área de queima dos fogos do encerramento da festa da padroeira do município de Boa Saúde, a cerca de 63km, onde um rojão teria desviado e explodido próximo de várias pessoas em um quiosque. Quinze pessoas estão internadas no Hospital Walfredo Gurgel e em hospitais de Boa Saúde e Santo Antônio. Uma senhora teve 100% do corpo queimado e um rapaz perdeu audição em um dos ouvidos. Ao todo, 28 pessoas se feriram. Segundo o tenente Bombeiro Luís Gonzaga Fernandes, chefe do setor de vistoria técnica, o local usado como base de lançamento do show pirotécnico, a quadra da Escola Estadual Maria do Rosário, não apresentava algumas medidas de segurança, como a distância limite mínima de 58m. Ele afirma ainda que os bombeiros não foram notificados oficialmente de que haveria queima de fogos no evento.
Ontem à tarde, durante entrevista coletiva, o diretor de Polícia Civil para o interior, Osmir Monte, vai disse que vai esperar o resultado der laudos do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) para apontar responsabilidades. O laudo não tem data para sair,segundo o delegado. "Já estamos ouvindo os pacientes que receberam alta", disse.O acidente ocorreu por volta das 20h30 da terça-feira, durante o encerramento das festividades de Nossa Senhora da Boa Saúde, padroeira da cidade, durante a queima de fogos. Segundo o Coronel Francisco Reinaldo Lima, comandante do Comando de Policiamento do Interior, um dos fogos de artifício teria desviado o percurso e caído sobre um quiosque e explodiu no chão. Ao todo, 22 foram socorridas no Hospital Municipal Dr. Januário Cicco, enquanto que 12 outras foram levadas para o Pronto Socorro Clóvis Sarinho, em Natal, sendo quatro delas em estado grave.Após a vistoria no local ontem pela manhã, a equipe coordenada pelo tenente Gonzaga, dos Bombeiros, verificou que os canhões, provavelmente de calibre quatro, não foram devidamente posicionados sobre uma superfície de tijolos, nem tinham amarrações a estacas de aço, que poderiam ter evitado que eles tombassem durante as explosões. Além disso, foram colocados a distância menor que 58m. "Isso se eles estivessem inclinados. Mas, se estivessem em pé, como provavelmente aconteceu, deveria-se estar a, pelo menos, 85 metros". Foi verificado ainda que o local da queima foi modificado antes da chegada dos bombeiros, o que dificultou a inspeção. O chefe do setor de vistorias alega que o Corpo de Bombeiros não foi oficialmente informado sobre a queima de fogos, como deve ser feito segundo a Lei Estadual 9.187. Nessa lei, segundo ele, todo show pirotécnico deve ser notificado aos Bombeiros cinco dias antes, para ser feita a inspeção de segurança. Além disso, a empresa deve apresentar o planejamento da queima e um técnico responsável, formado no curso de blaster, feito junto às Forças Armadas. "Nada disso foi nos repassado oficialmente até então.PrefeituraO assessor de imprensa da prefeitura de Boa Saúde, Nilson Lima, afirma que a contratação da empresa I.M. Pinheiros, responsável pelo show pirotécnico, foi feita dentro da legalidade e todo o planejamento foi entregue ao governo municipal. "É uma empresa de confiança que há anos trabalha nesse tipo de evento, não só aqui, mas em cidades vizinhas". Ele afirma que o Corpo de Bombeiros foi informado oficialmente sobre o evento, "mas talvez não tenha sido especificada a parte da queima. Acredito que tenha ocorrido uma falha nesse sentido". Segundo ele, a prefeitura deve aguardar os laudos técnicos para tomar algum posicionamento, porém, assegura que todas as famílias do feridos graves estão sendo assistidas. A documentação apresentada pela empresa à prefeitura foi entregue ontem para os Bombeiros”.
“Testemunhas relatam momentos de pânico
O agricultor Francisco Antônio da Silva, de 51 anos, foi do município de Serrinha para prestigiar a última noite de festa em Boa Saúde. Ele conta que estava embaixo de um dos quiosques quando ocorreram as explosões. "Já estava no final da festa. Quando percebi, os fogos caíram em cima do quiosque. Corri, mas tinha muita fumaça e muita poeira. Logo depois vi que meu braço e minha perna estavam sangrando", relata. Ele foi atingido pelos estilhaços no braço direito e na perna esquerda e levado para o Hospital de Boa Saúde, de onde foi transferido para o HWG. A esposa de Francisco Antônio, Maria das Dores, de 45 anos, é uma das mulheres que está internada no Walfredo Gurgel. Ela é mãe de uma criança de seis anos que sofreu queimaduras de segundo grau pelo corpo.
Alguns dos queimados foram trazidos para o Hospital Walfredo Gurgel Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
O agricultor Maciel Pererira da Silva, de 26 anos, escapou da tragédia porque não acompanhou a família nos festejos. Entretanto, o filho dele, de um ano e seis meses, e a mulher, Roseane Felipe da Silva, 25, foram atingidos. "O meu filho foi encontrado embaixo de uma mesa por um amigo, que trouxe ele para casa e depois levou para o hospital de Santo Antônio". A criança foi atingida no joelho e levou cinco pontos. A esposa de Maciel continua internada no Walfredo Gurgel.Imediatamente após o susto, quem estava no local e não tinha se ferido fugiu ou decidiu ajudar de alguma forma. O estudante José Cláudio Miguel Sobrinho, 36 anos, conta que estava em um quiosque ao lado e viu quando o rojão atingiu o telhado. "Na hora, quem podia correr, fugiu. Enquanto isso, a gente vinha chamando os carros para levar as pessoas". O secretário de saúde de Boa Saúde, Erivaldo Francisco de Pontes, disse que ele mesmo resolveu socorrer os feridos no hospital. "Esou me formando em enfermagem e também dei assistência".Segundo o secretário, três municípios vizinhos enviaram, cada um, duas viaturas, além do serviço de atendimento móvel de urgência (Samu) de Natal foi deslocado para socorrer os feridos. Às 2h da madrugada de ontem, todos os pacientes no hospital foram medicados e encaminhados.
Ontem à tarde, durante entrevista coletiva, o diretor de Polícia Civil para o interior, Osmir Monte, vai disse que vai esperar o resultado der laudos do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) para apontar responsabilidades. O laudo não tem data para sair,segundo o delegado. "Já estamos ouvindo os pacientes que receberam alta", disse.O acidente ocorreu por volta das 20h30 da terça-feira, durante o encerramento das festividades de Nossa Senhora da Boa Saúde, padroeira da cidade, durante a queima de fogos. Segundo o Coronel Francisco Reinaldo Lima, comandante do Comando de Policiamento do Interior, um dos fogos de artifício teria desviado o percurso e caído sobre um quiosque e explodiu no chão. Ao todo, 22 foram socorridas no Hospital Municipal Dr. Januário Cicco, enquanto que 12 outras foram levadas para o Pronto Socorro Clóvis Sarinho, em Natal, sendo quatro delas em estado grave.Após a vistoria no local ontem pela manhã, a equipe coordenada pelo tenente Gonzaga, dos Bombeiros, verificou que os canhões, provavelmente de calibre quatro, não foram devidamente posicionados sobre uma superfície de tijolos, nem tinham amarrações a estacas de aço, que poderiam ter evitado que eles tombassem durante as explosões. Além disso, foram colocados a distância menor que 58m. "Isso se eles estivessem inclinados. Mas, se estivessem em pé, como provavelmente aconteceu, deveria-se estar a, pelo menos, 85 metros". Foi verificado ainda que o local da queima foi modificado antes da chegada dos bombeiros, o que dificultou a inspeção. O chefe do setor de vistorias alega que o Corpo de Bombeiros não foi oficialmente informado sobre a queima de fogos, como deve ser feito segundo a Lei Estadual 9.187. Nessa lei, segundo ele, todo show pirotécnico deve ser notificado aos Bombeiros cinco dias antes, para ser feita a inspeção de segurança. Além disso, a empresa deve apresentar o planejamento da queima e um técnico responsável, formado no curso de blaster, feito junto às Forças Armadas. "Nada disso foi nos repassado oficialmente até então.PrefeituraO assessor de imprensa da prefeitura de Boa Saúde, Nilson Lima, afirma que a contratação da empresa I.M. Pinheiros, responsável pelo show pirotécnico, foi feita dentro da legalidade e todo o planejamento foi entregue ao governo municipal. "É uma empresa de confiança que há anos trabalha nesse tipo de evento, não só aqui, mas em cidades vizinhas". Ele afirma que o Corpo de Bombeiros foi informado oficialmente sobre o evento, "mas talvez não tenha sido especificada a parte da queima. Acredito que tenha ocorrido uma falha nesse sentido". Segundo ele, a prefeitura deve aguardar os laudos técnicos para tomar algum posicionamento, porém, assegura que todas as famílias do feridos graves estão sendo assistidas. A documentação apresentada pela empresa à prefeitura foi entregue ontem para os Bombeiros”.
“Testemunhas relatam momentos de pânico
O agricultor Francisco Antônio da Silva, de 51 anos, foi do município de Serrinha para prestigiar a última noite de festa em Boa Saúde. Ele conta que estava embaixo de um dos quiosques quando ocorreram as explosões. "Já estava no final da festa. Quando percebi, os fogos caíram em cima do quiosque. Corri, mas tinha muita fumaça e muita poeira. Logo depois vi que meu braço e minha perna estavam sangrando", relata. Ele foi atingido pelos estilhaços no braço direito e na perna esquerda e levado para o Hospital de Boa Saúde, de onde foi transferido para o HWG. A esposa de Francisco Antônio, Maria das Dores, de 45 anos, é uma das mulheres que está internada no Walfredo Gurgel. Ela é mãe de uma criança de seis anos que sofreu queimaduras de segundo grau pelo corpo.
Alguns dos queimados foram trazidos para o Hospital Walfredo Gurgel Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
O agricultor Maciel Pererira da Silva, de 26 anos, escapou da tragédia porque não acompanhou a família nos festejos. Entretanto, o filho dele, de um ano e seis meses, e a mulher, Roseane Felipe da Silva, 25, foram atingidos. "O meu filho foi encontrado embaixo de uma mesa por um amigo, que trouxe ele para casa e depois levou para o hospital de Santo Antônio". A criança foi atingida no joelho e levou cinco pontos. A esposa de Maciel continua internada no Walfredo Gurgel.Imediatamente após o susto, quem estava no local e não tinha se ferido fugiu ou decidiu ajudar de alguma forma. O estudante José Cláudio Miguel Sobrinho, 36 anos, conta que estava em um quiosque ao lado e viu quando o rojão atingiu o telhado. "Na hora, quem podia correr, fugiu. Enquanto isso, a gente vinha chamando os carros para levar as pessoas". O secretário de saúde de Boa Saúde, Erivaldo Francisco de Pontes, disse que ele mesmo resolveu socorrer os feridos no hospital. "Esou me formando em enfermagem e também dei assistência".Segundo o secretário, três municípios vizinhos enviaram, cada um, duas viaturas, além do serviço de atendimento móvel de urgência (Samu) de Natal foi deslocado para socorrer os feridos. Às 2h da madrugada de ontem, todos os pacientes no hospital foram medicados e encaminhados.
Governadora
A governadora Wilma de Faria estava no local no momento das explosões. Ela estava em cima de um palanque montado para a celebração da missa campal, acompanhada da prefeita de Boa Saúde, Maria Dirce, e de autoridades locais. Ninguém que estava no palanque saiu ferido. Ainda na noite de ontem, a governadora Wilma de Faria comentou, pelo Twitter, o acidente em Boa Saúde. "Confesso que ainda estou sob o choque da explosão que vitimou as pessoas. Estava no palanque com a prefeita Edice e o pároco César. Estamos fazendo de tudo para atender as vítimas deste acidente, deslocando ambulâncias para a cidade e removendo feridos a Natal. Estou acompanhando informações e muito triste mesmo. Estou solidária a todas as vítimas. Solidária aos seus familares e amigos. Com a graça de Deus e o trabalho dos profissionais da saúde, haveremos de superar este drama. Repito: foi um momento terrível. Principalmente porque as pessoas estavam felizes, confraternizando-se na festa da padroeira", escreveu. Cercade 20 ambulâncias chegaram à cidade durante a noite para fazer o transporte das vítimas para as cidades próximas, como Serrinha, Santo Antonio e Serra Caiada".