Há muito que se fala em mudar as regras da política no Brasil, fazendo a Reforma Política através de uma lei discutida e aprovada pelos deputados federais e senadores. Dentre as muitas mudanças que se pretende fazer na legislação eleitoral, fala-se da necessidade de acabar com a reeleição; da necessidade de reforçar a fidelidade partidária e da necessidade de financiamento público para as campanhas.
A sociedade civil, através das suas organi-zações e da imprensa tem se manifestado sobre os diversos aspectos que devem ser mudados para moralizar a política e a administração pública no país, nos estados e municípios. E, pelo tempo que se fala da necessidade de mudar a legislação eleitoral, a Reforma Política já deve-ria ter sido feita e entrado em vigor. Mas, os deputados e senadores que querem uma reforma que atenda as necessidades de moralizar a política são a minoria. Alterar as regras da política contraria os interesses da maioria dos políticos e, por isso, não existe a vontade, nem o compromisso de todos com as mudanças necessárias. Se uns acham que devem alterar tal aspecto, outros acham que devem manter, principalmente, quando trata-se de assuntos que contrariam interesses particulares de políticos ou grupos.
Um assunto muito polêmico, isto é: que tem muitas opiniões contrárias e a favor é a reeleição de presidente da república, de governadores e prefeitos. Quem defende a reeleição, acha que um mandato é pouco e tem como principal argumento a continuidade administrativa para não prejudicar o andamento dos programas e projetos em execução. Por outro lado, quem defende acabar com a reeleição, com base na realidade atual, argumenta que são poucos os políticos que num segundo mandato realizam uma admi-nistração melhor ou pelo menos igual a que fez no primeiro mandato. Outro argumento é que quem está no poder, sempre encontra um jeito de usar a máquina administrativa em favor da sua reeleição, levando vantagem em relação aos demais candidatos.
A televisão, o rádio, as revistas e os jornais, todos os dias, falam sobre o andamento da Reforma Política na Câmara Federal e no Senado, mostrando as mudanças que estão sendo discutidas e as opiniões dos deputados e sena-dores. Qualquer pessoa pode acompanhar e se manifestar a favor ou contra qualquer assunto e fazer chegar a sua opinião até os deputados e senadores. A Reforma Política só tem sentido se contribuir para acabar com a corrupção e mora-lizar a administração pública no nosso país, nos estados e municípios.
Muitos eleitores acham que participar da política é apenas participar das campanhas eleitorais e votar. E, participam, quase sempre, procurando obter uma vantagem, um favor pessoal ou uma promessa de emprego. Mas, isto é puro engano! Passada a eleição a realidade é outra: a promessa não é cumprida e o sonho vira pesadelo. Da nossa participação na política, independente de ser época de eleição ou não, de acordo como atuamos, estaremos contribuindo ou não para a melhoria das condições de vida na comunidade e no município.
É na eleição municipal que o eleitor decide como vai ser a assistência à saúde, a qualidade da educação, as melhorias na agricultura, na habitação, no esporte, etc. etc... durante os quatro anos futuros. Por isso, o voto é muito importante para o eleitor e muito disputado pelos políticos.Por essa razão o voto deve ser livre e consciente e o compromisso do eleitor deve ser, apenas, com a melhoria e o desenvolvimento do município. Passada uma eleição, é necessário que o eleitor se mantenha atento e acompanhe a atuação dos políticos, principalmente daqueles em que votou e exercem funções nos poderes legislativo e executivo.
José Alaí de Souza
