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Wednesday, February 24, 2010

EXPLOSÃO NO ENCERRAMENTO DA FESTA DA PADROEIRA






Fotos de José Alaí de Souza: Aspectos do local da explosão na manhã de 03/02/2010
A cidade de Boa Saúde, no período de 24 de janeiro a 02 de fevereiro de 2010 celebrou a Festa da sua Padroeira, Nossa Senhora da Saúde. A procissão e a missa de encerramento contaram com cerca de mais de 8 mil pessoas , apesar do dia 02 de fevereiro ter caído numa terça feira. Mas o clima festivo e de muita alegria foi substituído por muita tristeza quase no final da queima dos fogos de artifício patrocinados pela Prefeitura Municipal. Um dos fogos caiu e explodiu na Praça que se encontrava lotada pelos participantes do encerramento da festa. As primeiras informações eram de que umas 80 pessoas foram atingidas pela explosão e muitas ficaram feridas, sendo que algumas em estado grave. A Governadora Vilma de Faria e a Prefeita Maria Edice participavam do encerramento da festa e isso facilitou a remoção das vítimas para Natal. O Hospital Monsenhor Walfredo foi imediatamente acionado pela Governadora que, também, determinou ao SAMU e ao Corpo de Bombeiros que deslocassem equipes com urgência para prestar socorro às vítimas. Os municípios vizinhos atendendo solicitação da Prefeita de Boa Saúde também enviaram ambulâncias para auxiliar na remoção das pessoas feridas. Além do Hospital Monsenhor Walfredo, as vítimas da explosão foram atendidas no hospital local e no Hospital de Santo Antônio.
A explosão causou medo, sofrimento e dor. Foi um momento de muita correria. Pessoas disseram ter sentido o chão tremer. A festa teve um fim muito triste e as conseqüências do acidente ainda são incalculáveis. Uma das vítimas veio a falecer e outras ainda se encontram em tratamento no Hospital Walfredo Gurgel.
No dia 03 de fevereiro várias equipes de televisão, rádio e jornal estiveram em Boa Saúde para cobertura jornalística do acidente que foi notícia nos principais jornais e noticiários de TV e rádio não só do nosso e de outros estados.
Reportagem mais recente do jornal TRIBUNA DO NORTE em 21/02/2010, mostrava a situação de Patrícia da Rocha Costa, de 34 anos e de Igor Rodrigues, de 10 anos, ambos em tratamento no Walfredo Gurgel.
Sobre Patrícia a reportagem dizia: “Patrícia não tem idéia de quando vai receber alta, mas sabe que ainda terá que passar por várias cirurgias de enxerto. Todos os dias é feito um novo curativo nos ferimentos e para isso, Patrícia tem que ser anestesiada, caso contrário, não agüentaria a dor insuportável” O jornal depois de mostrar outros aspectos do sofrimento de Patrícia, falava de alguns sonhos que ela pretende realizar quando voltar para casa: “Quero fazer um jantar especial com carne assada e macaxeira. Dá água na boca”. Quero poder varrer meu terreiro, tomar banho sozinha, matar a saudade do meu pai, do meu esposo e da minha filha”. “Também quero ir na casa de minhas amigas para “jogar conversa fora” e assistir televisão. Aqui no hospital tem TV, mas não pega bem”. E, continuando diz a reportagem: “Se, para a maioria da população andar pode parecer um ano normal do ser humano para Patrícia caminhar representa muito. “Imagine, quando eu puder caminhar novamente pelas ruas do lugar onde moro. Sentir o vento batendo no meu rosto. A sensação será maravilhosa. Não vejo a hora deste dia chegar””.
Sobre Igor, a reportagem diz: “O garotinho terá que passar por uma cirurgia, no pé, nos próximos dias. Infelizmente, este não é o único problema que Igor terá pela frente. A avó do menino é Maria das Dores que também estava internada no hospital e que faleceu. “Ele não sabe que a avó morreu. O médico disse que não é prudente falar agora. “Pede ser pior”, afirma Francisco Rodrigues, 47 avô de Igor. De acordo com Francisco, o garoto será criado por ele. “Eu vou criar do meu neto. Dar estudo e, principalmente, mostrar o que é certo e errado, na vida””. O desejo de Igor é ir logo para casa: “Quero ir embora”.
Sobre a investigação do acidente, a mesma reportagem da Tribuna informa: O delegado Petrus Antonnios, titular da Delegacia Regional de São Paulo do Potengi e que preside o inquérito onde se apura a causa do acidente afirma que na próxima quarta-feira irá colher o depoimento de oito testemunhas e que já foram ouvidas 12 pessoas de um total de 30. O delegado ainda aguarda o resultado do laudo do Instituto-Científico de Polícia (itep) para juntar aos autos e adiantar as investigações. Petrus explica que não ouviu os representantes da empresa I.M.Pinheiro (empresa responsável pela queima dos fogos). “Ainda estou ouvindo testemunhas e vítimas””.
O jornal DIÀRIO DE NATAL, edição de 10 de fevereiro de 2010, publicou a seguinte matéria sobre o Laudo do Corpo de Bombeiros sobre o acidente:
”A falha no equipamento usado na queima de fogos ou o descuido do profissional responsável são apontados pelo Corpo de Bombeiros como prováveis causas para o acidente que feriu 34 pessoas durante um espetáculo pirotécnico na festa da padroeira de Boa Saúde, cidade a 63km de Natal, no último dia 2. Segundo o comandante da corporação, o coronel Bombeiro Cláudio Christian, o laudo sobre o acidente, divulgado ontem, indica que pode ter havido pouca carga para disparo do morteiro, uma explosão do tubo de lançamento ou ainda a demora na detonação no rojão, como também o uso de calibres diferentes e material reutilizado pela empresa pirotécnica.
O comandante explica que a vistoria feita no local do acidente mostrou que havia morteiros de vários calibres, entre duas, três ou cinco polegadas. Somente isso pode ter dificultado o controle da queima dos fogos. "Houve a imperícia do técnico ao utilizar esse material". Também foi verificado que existia tubos de detonação de cinco polegadas danificados, o que pode indicar que eles explodiram durante à queima. "Isso pode acontecer após várias utilizações do mesmo tubo, causando desgaste do material". Esse detalhe pode indicar que houve uma explosão acidental da bomba dentro do tubo. Outros detalhes importantes notados na inspeção, segundo o coronel, foi a falta da distância mínima de segurança e de uma estrutura básica de fixação dos morteiros.Cláudio Christian revela também que, a partir da verificação de um buraco em frente ao quiosque onde teria ocorrido o acidente, a explosão dos fogos de artifício ocorreu quando eles tocaram o solo. Isso pode indicar que a espoleta usada nesse morteiro tinha elevado tempo de detonação. O laudo levanta ainda a hipótese de que houve carga insuficiente de pólvora para a impulsão do rojão.O coronel ressalta ainda que não foi apresentada pela empresa o certificado do profissional de blaster, que é o técnico treinado para planejar e operar a queima de fogos. "A presença desse profissional é necessária para a execução do espetáculo pirotécnico, pois nesse tipo de atividade de risco, é importante saber o que se está fazendo. Não é simplesmente chegar de qualquer jeito e fazer, sem conhecimento".