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Tuesday, March 06, 2007

O AGRICULTOR NÃO DEPENDE SÓ DA CHUVA

O dia 19 de março é dedicado a São José. Dia esperado pelos agricultores nordestinos com a esperança de um bom inverno e uma boa safra, conforme cantava Luiz Gonzaga: “Eu plantei meu milho todo no dia São José...Tenho fé na providência...Vai dar milho a granel...” Como no passado, o sertanejo ainda hoje costuma, com muita fé, pedir chuva e uma farta colheita a São José.
Para 2006 as previsões são de um bom inverno. Mas, não é só da chuva caída no tempo e no lugar certo, que depende o agricultor. Para fazer o seu roçado e garantir uma boa safra ele depende de outros fatores para poder plantar no tempo certo. Depende da terra para plantio, do corte do terreno, da semente e do adubo.
Plantar fora de época porque o trator atrasou o corte do terreno; porque a semente do governo não chegou no tempo certo ou, ainda, porque o financiamento do banco para o custeio atrasou ou não saiu são as principais dificuldades pelas quais passam muitos agricultores.
Para garantir uma boa safra é necessário que a assistência da Prefeitura, do Governo do Estado e dos Bancos oficiais cheguem aos pequenos agricultores no dia e na hora certa e, em primeiro lugar, para os que mais precisam.
Mas, também, é preciso que os pequenos agricultores se previnam. Hoje em dia não se guarda sementes para o plantio, como antigamente. A maioria prefere ficar na dependência da chegada e da quan-tidade da semente mandada pelo governo e, em relação ao corte da terra, certas pessoas ficam na dependência do trator da Prefeitura, quando podia pagar.
Além de se prevenir, os pequenos agricultores precisam estar organizados e valorizar as conquistas alcançadas através das associações comunitárias:
-As casas de farinha comunitárias de Ipueiras, Lagoa da Onça, Boa Saúde, Lagoinha, Xiquexique e Canto Grande;
- Os sistemas de abastecimento de água através da Adutora Mons. Expedito das comunidades de Limoeiro, Lagoa da Onça, Guarini, Ipueiras e Murici;
- O trator equipado com grades e reboque da Associação Comunitária de Lagoinha.
Como as associações estão adminis-trando esses bens que foram financiados com recursos do governo, recursos nossos? Como os associados e demais pessoas dessas comunidades participam, acompanham o uso desses bens e estão sendo beneficiadas?
Pense sobre tudo isto e veja como pode contribuir para melhorar a situação de trabalho na comunidade e as condições de vida das pessoas. A melhoria e o desenvolvimento das comunidades depen-dem do poder público fazer a sua parte e da gente fazer o que é da nossa conta. A nossa relação com o poder público não deve ser de dependência. Devemos distin-guir o que é política pública, (uma obriga-ção da Prefeitura, do Governo Estadual e Federal) e o que é favor. As políticas públicas como: o bolsa família, a casa po-pular, o cheque reforma, o corte de terra, o fardamento escolar, o asfalto, etc são financiados com os impostos que nós pagamos e, quem está no poder tem a obrigação de fazer para todas as pessoas, sem distinção. Já o favor e uma coisa pes-soal. É uma ação que se faz sem esperar recompensa. Faz parte da boa convivên-cia. É, também, uma forma das pessoas se ajudarem independente da política. Uma coisa é diferente da outra. Bem diferente!
José Alaí de Souza


DIA DE SÃO JOSÉ
Autor: Antônio Zacarias da Silva


Quando eu era menino
Vi uma multidão andando a pé
Era dezenove de março
Data pra se renovar a fé
Do homem sertanejo
Que é devoto de São José.

Muitas preces presenciei
Tive a oportunidade de ver
Quando a seca se prolongava
Assim eu posso dizer
As pessoas roubar o santo e rezar
Novena depois que voltava a chover.

Porem o pessoal do sertão tem
Com São José uma devoção
De no seu referido dia
Com muita fé fazer a plantação
Para comer o milho assado
Na fogueira de São João.