“ Peço licença a Nossa Senhora da Saúde, já que estamos em sua casa, ao nosso pároco e aos familiares e amigos de Dona Zefinha para saudá-la.
Ecoam nesta Casa de oração as vozes de filhos, netos, bisnetos, parentes e amigos, velho e fiéis amigos de amizade provada na tristeza e na alegria, na necessidade e na fartura. Misturam-se os sons da fé em oração aos de parabéns pelos seus 87 anos de cidadania dedicada à família, à igreja e à Boa Saúde. Este lugar foi a terra prometida pelo destino para que nela crescesse e se multiplicasse. A senhora chegou aqui na aurora da vida, uma menina, e hoje empresta o branco de seus cabelos à tarde prateada de um crepúsculo lindo e feliz.
Comove-nos o seu amor de mãe e nos sensibiliza a sua fidelidade de amiga sincera; a coragem de guerreira, empunhando o rosário, espada das lutas diárias; a fé inabalável na bondade de Deus e nas pessoas de boa vontade; a integridade do seu caráter e, por fim, a palavra sábia e certa de alma profética. Por isso, não raro, ouve-se alguém dizer: “Dona Zefinha, eu quero lhe pedir um conselho”. Esta vocação de amiga, mãe e mestra a transformou em estrela-guia do porto seguro de nossas vidas.
Olhe em volta, mamãe, e entenda por que Deus lhe deu longevidade. Ele foi bondoso ao conceder que vivesse, além do entardecer da existência, para que contemplasse a boa colheita de sua semeadura cristã. São filhos e filhas, genros e noras, netos e bisnetos. Somos com muito orgulho sua herança de vida, uma descendência que não chega a ser ainda árvore frondosa, mas já nos faz lembrar a promessa de Deus a Abrão: “Olha para os céus e conta as estrelas, se é que podes”. E lhe disse: “Será assim tua posteridade”.
Estamos aqui, mamãe, para lhe pedir a bênção com amor, respeito e gratidão. Voltamos movidos pelo sentimento que deve ter inspirado o poeta gaúcho Mário Quintana a escrever: “Não é preciso correr atrás das borboletas. Basta cuidar do jardim e elas virão até você”.
Parabéns, Dona Zefinha, e vida longa... ainda mais longa. (Do seu filho mais velho, Nizardo)”