Vereador de Vila Flor volta a cidade após denunciar corrupção naquele município
Alvo de ameaças em virtude da investigação e denúncias feitas, Floriano Felinto é monitorado por equipes do Ministério Público e foi aconselhado a não retornar à cidade que o elegeu para o cargo no Legislativo. O retorno se deu devido à necessidade de recolher alguns documentos na sua residência, assim como receber o pagamento relativo ao serviço público prestado. "Nossa rota foi pré-estabelecida para levarmos o mínimo de tempo na cidade. Uma escolta policial me acompanhou quando fui pegar os documentos e receber o pagamento", disse o vereador em entrevista na manhã de ontem.
De acordo com relatado, durante o trajeto ele foi procurado pela população, mas não parou para conversas. "Minha vida está virada de cabeça para baixo e só quero que isso se resolva". De acordo com o apurado pela equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE, Floriano Felinto voltou a receber ameaças. Desta vez, o alvo seria a casa do vereador em Vila Flor, que poderia ser incendiada. A ameaça mobilizou a polícia, mas até o fechamento desta edição, nada havia se concretizado.
Na cidade, a operação do MP ainda gera comentários divergentes. Ontem, a reportagem encontrou o servidor da prefeitura João Maria Nascimento, 40 anos. Para ele, o que Floriano Felinto fez foi uma "presepada" e que ele "deveria ter sido amigo" no momento das denúncias. "Ele foi prejudicado por decisões políticas do prefeito e estava querendo se vingar. Está na cara", disse João Maria que estava na praça da cidade.
A reportagem encontrou a Câmara Municipal de portas abertas. No entanto, vazia. Em recesso, não foram encontrados vereadores, apenas funcionários que não repassaram outros detalhes da atuação do Legislativo na cidade.
O vice-prefeito eleito de Vila Flor, Manoel de Lima, já está respondendo como prefeito em exercício da cidade. Em ato celebrado na Comarca de Canguaretama na semana passada, o vice-presidente da Câmara Municipal empossou Manoel como chefe do Executivo Municipal, enquanto a questão judicial envolvendo o prefeito eleito não for resolvido. Por decisão do desembargador Dilermando Mota, o prefeito e cinco vereadores estão com os direitos políticos suspenso até apreciação da denúncia por parte da Justiça.
O Centro Administrativo de Vila Flor também estava com as portas abertas ontem. O prefeito em exercício não se encontrava no local e o secretário de administração preferiu não se manifestar. O advogado de Manoel de Lima, José Odécio Rodrigues, informou que Manoel está "cauteloso". "Há dificuldades em retomar as atividades administrativas. Os computadores foram levados para investigação do Ministério Público", esclareceu Odécio.