Autor: José Alaí de Souza
Artigo publicado no jornal “A Ordem” da Arquidiocese de Natal/RN
A natureza é muito generosa! Dela recebemos tudo: a terra que pisamos...; a água que bebemos...; o ar que respiramos... Estes três elementos são fundamentais para a nossa existência, sem os quais não existiria o homem, nem outros tipos de vida na terra.
O homem, com a inteligência que Deus lhe deu e a necessidade de sobreviver, começou colhendo os frutos das árvores e caçando os animais para se alimentar. Mas logo descobriu que podia plantar, criar, construir seu abrigo... O tempo foi passando e o homem foi cada vez mais inventando e fazendo coisas novas. Deu no que deu. Esse mundo que temos hoje, com tanta tecnologia, tantos avanços da ciência, mas com muita gente passando fome, além de outras necessidades e só uma minoria tirando proveito da terra, da água e do ar, participando do “progresso”, sem se preocupar com a conservação da natureza e as desigualdades sociais.
A destruição das matas, a extinção dos animais, os maus tratos com a terra, a poluição das águas e do ar vêm comprometendo o futuro do homem e do planeta. A natureza está sentindo os efeitos da destruição e começa a reagir. Em contato com o meio ambiente nós sentimos e a televisão vem mostrando a resposta. É preciso que esses fenômenos sejam entendidos como um grito de socorro da natureza. O aquecimento global é, provavelmente hoje, a maior ameaça à vida na terra. O nosso clima está sofrendo uma rápida transformação. O século XX foi o mais quente do milênio. A temperatura da terra pode aumentar quatro graus neste século, segundo estudo recente da ONU - Organização das Nações Unidas, que prevê conseqüências desastrosas se a emissão de gases do efeito estufa continuar nas mesmas proporções ou aumentar.
As principais conseqüências previstas com o aquecimento global são: mais tempestades, secas, ondas de calor, alterações de diferentes regiões da terra pelo derretimento das massas de gelo e elevação do nível do mar.
A Campanha da Fraternidade/2007 cujo tema é “Fraternidade e Amazônia”, tem como lema “Vida e missão nesse chão”. É motivo de preocupação a ocupação das terras da Amazônia, muitas vezes de forma predatória, sem respeitar o homem nativo e preservar o meio ambiente com tudo que nele existe, por conta do egoísmo e da ganância na exploração das suas riquezas. A devastação da Amazônia e, as conseqüências do efeito estufa causado pela extensão dos desmatamentos e quei-madas, configura-se como uma grande ameaça para toda a humanidade.
A Campanha da Fraternidade/2007 chama a atenção dos cristãos, do povo brasileiro e dos governantes para a realidade da Amazônia com as questões relacionadas à ocupação da terra e à exploração das suas riquezas, principalmente a extração ilegal de madeira. É sabido que a maior parte da madeira proveniente da Amazônia tem origem ilegal e outro grande problema é a falta de regularização fundiária gerando muitos conflitos e violência, resultando em assassinatos de trabalhadores e lideranças. As políticas públicas precisam garantir a segurança na Amazônia, evitar o desmatamento ilegal de milhares de hectares da floresta e garantir o desenvolvimento da região de forma sustentável proporcionando condições de vida digna para todos os habitantes da região.
