A multimistura é um composto alimentar feito com farinhas e farelos que podem ser de arroz, trigo, soja, milho e pós de sementes de jerimum, girassol, gergelim, casca de ovo e folha de macaxeira. Foi criada pela pediatra Clara Takaki Brandão. Nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio.
A pediatra Clara Brandão num recente encontro com o Vice-presidente da República pediu que ele não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças. Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo. Ela já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros.
Recentemente, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004, justamente, no período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País. Desde 1973, Clara Brandão já levou a multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança. A multimistura tem até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializa-dos. Sem contar a economia: “Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca”, compara Clara.
Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco. Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos. Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava. Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas. Hoje, a multimistura é adotada por 15 países.
Clara Brandão enfrenta adversários podero-sos. Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble . “É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industriali-zada”, diz a pediatra.
A EXPERIÊNCIA DE BOA SAÚDE
Em Boa Saúde, a multimistura começou a ser produzida em 2006 por um grupo de mulheres, na sede do Conselho Comunitário, sob a orientação da Assistente Social Eidante Paiva de Souza. O trabalho começou contando com o apoio financei-ro do Programa Desenvolvimento Solidário que possibilitou a reforma do prédio e a compra dos equipamentos. A multimistura produzida no Con-selho Comunitário, pelo grupo de mulheres, é composta por farinha de milho, de soja e de trigo, farelo de trigo e pos de semente de jerimum, de folha de macaxeira ou mandioca e de casca de ovo. A maior parte da produção é vendida ao Programa Compra Direta, que é executado nos municípios pela EMATER com o apoio das prefeituras e recursos do Ministério do Desenvolvimento Social. A produção adquirida pelo referido Programa, em Boa Saúde, está sendo destinada às 350 crianças da Pastoral da Criança em 10 comunidades, incluindo a sede do município e o Córrego de São Mateus. Cada criança recebe por mês um quilo de multimistura ou farinha de milho enriquecida como também é chamada. A Equipe da Pastoral da Criança de Boa Saúde, coordenada por Rita de Cáscia dos Santos faz a distribuição da multimistura, acompanha o peso das crianças e tem constatado que o consumo do produto tem contribuído para a melhoria do estado nutricional das crianças.
A pediatra Clara Brandão num recente encontro com o Vice-presidente da República pediu que ele não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças. Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo. Ela já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros.
Recentemente, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004, justamente, no período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País. Desde 1973, Clara Brandão já levou a multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança. A multimistura tem até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializa-dos. Sem contar a economia: “Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca”, compara Clara.
Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco. Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos. Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava. Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas. Hoje, a multimistura é adotada por 15 países.
Clara Brandão enfrenta adversários podero-sos. Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble . “É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industriali-zada”, diz a pediatra.
A EXPERIÊNCIA DE BOA SAÚDE
Em Boa Saúde, a multimistura começou a ser produzida em 2006 por um grupo de mulheres, na sede do Conselho Comunitário, sob a orientação da Assistente Social Eidante Paiva de Souza. O trabalho começou contando com o apoio financei-ro do Programa Desenvolvimento Solidário que possibilitou a reforma do prédio e a compra dos equipamentos. A multimistura produzida no Con-selho Comunitário, pelo grupo de mulheres, é composta por farinha de milho, de soja e de trigo, farelo de trigo e pos de semente de jerimum, de folha de macaxeira ou mandioca e de casca de ovo. A maior parte da produção é vendida ao Programa Compra Direta, que é executado nos municípios pela EMATER com o apoio das prefeituras e recursos do Ministério do Desenvolvimento Social. A produção adquirida pelo referido Programa, em Boa Saúde, está sendo destinada às 350 crianças da Pastoral da Criança em 10 comunidades, incluindo a sede do município e o Córrego de São Mateus. Cada criança recebe por mês um quilo de multimistura ou farinha de milho enriquecida como também é chamada. A Equipe da Pastoral da Criança de Boa Saúde, coordenada por Rita de Cáscia dos Santos faz a distribuição da multimistura, acompanha o peso das crianças e tem constatado que o consumo do produto tem contribuído para a melhoria do estado nutricional das crianças.
Visita do técnico do escritório da EMATER de Boa Saúde ao grupo de produção
Aspectos da produção da multimistura ou Farinha de Milho Enriquecida, na cozinha alternativa do Conselho Comunitário de Boa Saúde
Entrega da multimistura ou Farinha de Milho Enriquecida, as líderes da Pastoral da Criança nas comunidades de Córrego de São Mateus, Ipueiras e Guarani para
distribuição nos dias de pesagem e controle do peso das crianças .
distribuição nos dias de pesagem e controle do peso das crianças .
